Nossos países estão em um momento de reflexão que, sinceramente, nunca pensei fosse possível. O movimento de vidas negras importam após os assassinatos de crianças como a Ágatha Félix, Kauan Peixoto, e também de Marielle, George Floyd, Breonna Taylor, Tony McDade e tantas outras vidas; uma pandemia que mata pessoas negras e pardas duas vezes mais do que pessoas brancas. Tudo isso refletiu na dura realidade de um sistema injusto que afeta todos os aspectos de nossas vidas.

Eu, como uma mulher branca e nova Diretora Executiva da nossa comunidade, passei a última semana fazendo um trabalho duro: minha própria reflexão sobre as maneiras em que falhei em ser uma co-construtora de movimentos antirracistas; uma reflexão da nossa organização com uma equipe poderosa e corajosa para identificar e mudar o racismo das nossas políticas e práticas internas; e uma promessa de amplificar o trabalho que as pessoas de cor da equipe tem feito há anos. Este é um momento de reforçar o comprometimento em fazer campanhas onde a nossa missão - pessoas acima de lucro - estejam no centro delas; mas também de criar um mundo onde comunidades negras e pardas não estejam sob ataque: um mundo onde todxs possamos prosperar.

Pessoalmente, tenho escutado muito. Também tenho conversado com colegas e com amigxs, aprendendo e fazendo perguntas, lendo, relendo muitos livros e textos, incluindo o trabalho poderoso do autor Ibram X Kendi chamado Como Ser Antirracista. Eu tenho dado os recursos que posso às organizações que estão fazendo o longo e árduo trabalho de mudar o sistema nos Estados Unidos, como, por exemplo, os grupos essenciais por trás do Fundo Emergencial para os Protestos Trans Negro..

Este trabalho somente será possível se trabalharmos juntos. Somos uma comunidade global gigante e sabemos que podemos mudar o mundo. E não importante em que estágio estamos em nossa jornada pessoal contra o racismo e opressão. Se você acredita que todxs têm o direito de viver, respirar e caminhar pelas ruas, este espaço é para você. Agir, doar e apoiar este movimento não deveria ser o fim das nossas ações, mas sim o começo. Nosso trabalho continuará muito além dos protestos e das manchetes de jornais que ele gerar.

Um abraço cheio de força e esperança,

Emma

Diretora Executiva da Ekō